quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Shannon Ritch vence na edição de estreia do Gender Wars MMA



Os dias que antecederam o show inaugural do Gender Wars foram marcados por acalorados debates entre os entusiastas do MMA em fóruns da internet pelo mundo.
As razões para tantas polêmicas eram claras. Gender Wars se propunha a criar um novo modelo de competições de MMA.
Suas regras inovadoras também eram bastante simples : sem ringue de cordas, sem “cage” ou octógono, sem limite de tempo e sem regras. Sem decisões dos juízes. A vitória só poderia ser obtida por nocaute ou finalização.

Iniciada a noitada de lutas o veterano Shannon  “The Cannon”  Ritch ( 47 anos ) , que já ostentava um registro no Sherdog composto 57-84-4, adentrou o tatame onde teria  pela frente o estreante em MMA  Jerry Mires, uma vez que o Gender Wars também permite que qualquer pessoa, independente de seu treinamento técnico ou experiência competitiva anterior,  possa participar das lutas.
O confronto durou 8 minutos ( sem rounds ) e Shannon mostrou-se bastante calmo e técnico, até obter a vitória com uma finalização por arm-bar ( chave-de-braço ).

O aguardado duelo entre os pioneiros do MMA Travis Wiuff ( 75-21-1 ) e  Wes Sim ( 24-14-1-2 ), acabou não acontecendo, uma vez que Travis recusou-se à lutar.

O caminho estava então liberado para o ´main-event´, que seria composto por uma verdadeira ´guerra dos sexos´  : Homem vs. Mulher, onde o boxeador que eles chamam de ´Trent´ ( e cuja verdadeira  identidade os promotores diziam estar protegendo por uma questão de segurança )  encarou  “a mãe durona”  Tess Barrall ( uma instrutora de fitness cuja experiência anterior em lutas se  resumia a aulas ocasionais de artes marciais e um pouco de cárdio kickboxing ) .

Em um momento no qual os confrontos inter-gêneros são duramente criticados aqui no Brasil, a luta não promoveu uma situação de ´briga de rua´ e ao contrário dos demais duelos da noite, contou com regras curiosas : ambos os lutadores podiam atacar com os pés, mas apenas a garota poderia usar os socos, enquanto o seu oponente só poderia bater com as mãos abertas, tanto em pé quanto no chão.

O misterioso ´Trent´ que havia prometido  “espancar qualquer mulher colocada na sua frente”.
Contudo, o “cara durão”  teve de engolir as suas palavras.

A luta pouco ortodoxa durou apenas 58 segundos.
Tempo suficiente para Tess Barrall vencer seu adversário com uma joelhada que o levou à TKO.
Trent ficou bravo e começou à chorar após a luta, mas não havia mais jeito.
A vitória já era de Tess Barrall que embolsou a premiação de US $ 1 milhão ( um milhão de dólares ) garantidos pelo patrocinador do show, um investidor americano que mantêm uma empresa russa.

Destaque para a exibição de ´topless´ proporcionada pelas ´Ring Girls´ do show. Uma destas, inclusive, estava cobrindo seus seios com os cabelos, mas as garotas não trabalharam nuas, como havia sido cogitado anteriormente.

Todas essas situações foram vistas ´ao vivo e a cores´ pelo pay-per-view.
Por falar nisso, a organização resolveu promover o evento no formato on-line  pelo sistema de pay-per-view após a recusa inicial de “um par de parceiros de transmissões diferentes”, e hospedaram o show no site InPlayer, cuja taxa era de apenas  $ 9.99.

Após o encerramento do Gender Wars, Travis Wiuff . o lutador que se retirou à última hora, pôs mais ´lenha na fogueira´ ao declarar sem rodeios : “Este show nunca aconteceu na Rússia. O Gender Wars está ocorrendo em um armazém em Maple Grove, Minnesota. Honestamente, eu estava ansioso para encarar um cara como  Wes Sims, se o show fosse legítimo. Mas eu quero terminar minha carreira com uma boa nota. Não quero que uma das minhas últimas lutas seja cercada de controvérsias. Eu só tive que sair de uma outra luta em toda a minha carreira. Como os promotores podem me chamar de profissional quando eles estão promovendo algo com tantos pontos de interrogação? Se eles quiserem,  nós podemos nos encontrar na  “gaiola” e podemos ver quem é quem  realmente”.

Por sua vez, os promotores garantem que o evento foi promovido em “um armazém fora de São Petersburgo”, na Rússia.

O principal nome por trás do Gender Wars é Brad Kohler.
Kohler, que já lutou duas vezes no UFC no final dos anos 90 antes de passar grande parte do restante de sua carreira no Japão, garante que o seu show é “totalmente legítimo” e que o seu projeto está sendo financiado por investidores e redes de TV anônimas no exterior, por isso “tudo é confidencial” apesar de reconhecer que o Gender Wars é realmente controverso, mas que esse é o apelo para conquistar uma nova audiência, uma vez que não há público para ver as lutas no local do evento.

Brad Kohler garantiu ainda a segunda edição do  Gender Wars ( e no mesmo formato ) para o próximo dia 13 de abril.

Pessoalmente, e apesar de toda a polêmica em torno do show, eu adorei esta competição.
Sinceramente, eu tiro o meu chapéu para Kohler por ter criado essa coisa. Apesar de estar centrado na cena “Undergorund” do MMA, Gender Wars nos faz sair do lugar comum, além de nos trazer à mente uma grata  lembrança dos os primeiros dias do esporte.

Fonte / Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa

Foto a cima : Shannon Ritch venceu fácil sua luta com Jerry Mires.

Abaixo : O  ' flyer ' de divulgação da primeira edição do Gender Wars.


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