terça-feira, 27 de novembro de 2018

Instrutores com experiência de combate vs instrutores sem experiência em combate



O tema “instrutores com experiência de combate vs instrutores sem experiência em combate” é bastante interessante, uma vez que a cada dia se proliferam em várias cidades pessoas que se dizem ‘instrutores de combate’, ‘instrutores operacionais’, ‘instrutores de facas’, ‘instrutores de cursos’ e formações de ‘fim de semana’ e por aí vai.

Podemos ver diariamente Instrutores demostrando vídeos, fazendo afirmações e divulgando técnicas de diversas artes marciais, mas será que realmente tais instrutores possuem experiência real de combate? Será que eles já enfrentaram “adversários vivos” que se mexem e podem responder? Será que já levaram golpes de verdade ou até mesmo fizeram ‘sparring’ como “laboratório” para saber o que funciona ou não de suas artes? A resposta é que a maioria não sabem, nem vivenciaram isso, alguns até dizem que sim,sem ser verdade.

Sabemos que existe uma diferença muito grande de esporte para realidade, nem todos os instrutores possuem experiência de luta ou de enfrentamento, se escondem por trás de uma ‘camada de proteção’ de que “não precisam” ou “o que ensinam é muito letal para poder mostrar”. É preciso tomar cuidado com tais Instrutores.

Existe uma diferença muito grande de instrutores de defesa pessoal que possuem experiências reais de luta, já enfrentaram alguém ou já lutaram realmente, esses estão mais familiarizados como o sentimento real do que é ser golpeado de verdade, e o que pode ou não funcionar de seus sistemas, na minha opinião, tudo que é mostrado é apenas uma imagem do que ‘pode ser’ ou ‘pode acontecer’, você pode mostrar técnicas diversas, letais e até chamar atenção em vídeos, mas talvez você nunca saberá se o ‘que ensina funciona’ se não passar a usar o “laboratório”. Durante anos eu falei isso para diversas pessoas e praticantes de métodos de combate no Brasil, e eu mesmo sempre estive dentro do “laboratório marcial”.
Foi assim que eu fui descobrindo como usar as minhas ferramentas e o ‘que pode ou não funcionar’, o cérebro precisa estar conectado à isso, para quando você precisar realmente, você possua o que chamamos de ‘atributos’, mas muitos instrutores não sabem nem o que seja isso.

Instrutores com experiência de combate com certeza possuem diferenças cruciais dos companheiros que não possuem, então atentem à isso, são duas coisas bem diferentes o que vou falar agora, gravem isso, “ter as ferramentas e saber usar as ferramentas”, a quantidade de pessoas e instrutores que não sabem usar as “ferramentas” são muitos, e ainda mais com a proliferação de “formações imediatistas” onde a maioria hoje em dia adentram. Sabemos que existem métodos simples de aprender, mais se leva tempo, estudo e experimentação para realmente saber usar e possuir habilidades em determinado sistema ou arte.

Existe uma diferença muito importante a se fazer, existe uma diferença entre um ‘lutador esportivo’ e um ‘instrutor de defesa pessoal’. Claro,  existem  muitas diferenças a serem analisadas antes de uma confrontação esportiva, a maioria dizem assim : “não luto porque na rua não há regras”, outros dizem que “minhas técnicas são letais demais e posso matar alguém no ringue”. Sim. Isso nós sabemos, mas se você não possui ou possuiu experiência de luta e de combate nem que seja ‘sparring’ ou algo semelhante, como você acha que vai também reagir a algo sem regras? Mesmo sendo instintivo você não possui tempo de reação, nem ‘timing’, nem controle de distância, pois a vida inteira seu trenamento foi parado e baseado em teorias ou oponentes “parados e mortos”.

Por outro ângulo, também sabemos que ser um lutador não quer dizer que você vá sobreviver a ataques reais que possuem outros elementos que não possuem ou não estejam presentes no seu treino diário ou ringue, portanto deve haver um equilíbrio.
Agora, se esse determinado instrutor de defesa pessoal ou métodos de combate ou qualquer que seja o seu sistema, além de ensinar possua experiência do que foi dito ( luta e combate ), esse é um instrutor que conhece “os dois lados” e pode fazer sua técnica ou arte funcionar.

É fácil de você perceber em vídeos por aí, praticantes que sinceramente não sabem socar, não sabem chutar nem saber derrubar alguém, mais estão lá sendo instrutores de alguma coisa, esses tais ‘instrutores de defesa pessoal’ podem se dar mal  a qualquer momento, quando forem confrontados com a realidade, muitos sabem disso e por isso evitam certas situações.

Conheço muitos praticantes que não sabem nada do básico, mas querem ser avançados, querem os títulos de “monitor” ou “instrutor” para poderem se promover. É lamentável, porque esses podem se dar mal a qualquer dia.

Durante anos eu pude interagir com diversos tipos de pessoas, praticantes, artes e adversários diferentes, depois disso pude perceber o quanto o que estou falando é real e verdade e instrutores de experiência real sabem disso.

Espero que este pequeno artigo que escrevi possa alertar as pessoas que procuram aprender métodos de qualquer ‘instrutor de defesa pessoal’ por aí e também que possa ajudar alguns a abrirem os olhos para si mesmo e para o que fazem e como treinam seus métodos.

*Texto escrito pelo Sifu Edmarcio Rodrigues | Postado por Oriosvaldo Costa em 27/11/2018

[ * ] O Sifu Sifu Edmarcio Rodrigues é Full Instructor em Contemporary Jeet Kune Do e Kali. Mataas Na Guru em Artes Filipinas Kali. Instrutor Military Edged Weapons. Instrutor Rápid Assault Tatics ( policiais, militares e seguranças). Faixa preta 1° Dan de Luta livre e Submission.
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Foto : O tema é bastante interessante e tem gerado debates acalorados entre os “adeptos” e os ‘instrutores’ de defesa pessoal ao longo dos anos ( Cortesia : Divulgação ).

sábado, 24 de novembro de 2018

Entrevista exclusiva com Shannon “The Cannon” Ritch



Shannon “The Cannon” Ritch é dono de um dos maiores cartéis sancionados de MMA em todo o mundo e um dos lutadores mais ativos na atualidade.
Ele acumula 8 títulos de campeão mundial de MMA, 2 disputas de títulos mundiais no bare-knuckle boxing e é  faixa preta 3° grau em brazilian Jiu-Jitsu.
Tendo iniciado a sua carreira em 1991, ele mantêm atualmente um recorde no MMA composto por 124-94-2, embora seu registro no Sherdog aponte apenas 57-84-4.
Já encarou verdadeiras lendas do esporte tais como Dan Severn, Kazushi Sakuraba, Shonie Carter, Yuki Kondo, Frank Shamrock, Renato Veríssimo e José “Pelé” Landy entre muitos outros adversários.
Vivendo atualmente em Glendale, Arizona , USA, Shannon é muito mais famoso no Japão do que em seu próprio país.
Ritch disse que sua popularidade no país asiático está em alta, porque ele competiu como um lutador profissional no início de 2000, participando de um par de diferentes circuitos, Battlarts e New Japan Pro Wrestling, famosas companhias na Terra do Sol Nascente.
Um verdadeiro apaixonado pelas artes marciais, ele já competiu em diversas modalidades, tais como o MMA, Pancrase e até mesmo k-1.
O lutador também já fez várias incursões nas competições de bare-knuckle boxing, também conhecido como ‘boxe sem luvas’, tanto nos EUA quanto na Inglaterra. Nessa modalidade seu currículo é de 25-3-0.
Rússia, Cingapura, Tailândia, Myanmar, Porto Rico, México e Holanda, são alguns outros países nos quais Ritch já lutou profissionalmente.
Nesta entrevista exclusiva, Ritch nos confidenciou sua vontade de lutar MMA no Brasil e falou também sobre outros assuntos.
Confira :

Oriosvaldo Costa : Você é um dos lutadores que têm um dos maiores cartéis sancionados de MMA em todo o mundo. Como conseguiu construir tal registro?
Shannon Ritch : Venho lutando desde 1991 – Portanto à 25 anos – No início cheguei à lutar de 3 à 4 vezes por noite. Eu lutava na sexta-feira à noite, no Sábado, e às vezes, até mesmo no Domingo. Eles somam rápido.
Meu recorde de MMA atual é 124-94-2.

Oriosvaldo Costa : Como você conseguiu administrar as contusões entre uma luta e outra de forma que estas lesões não o impediram de participar em um novo show?
Shannon Ritch : Você nunca consegue lutar com sua condição física à 100%, as lesões acontecem não apenas durante a luta, mas podem acontecer durante qualquer dia de treinamento. Ao longo dos anos você aprende à lidar com elas. Só tive um tempo para me recuperar melhor quando eu quebrei meu braço em uma luta com Frank Shamrock e precisei ficar fora do circuito por 4 meses.

Oriosvaldo Costa : Como você explica o fato de ser mais famoso no Japão do que nos EUA?
Shannon Ritch : Eu lutei na maior promoção já realizada no Japão e até mesmo no mundo, o PRIDE, eu lutei 3 vezes pelo PRIDE, uma foi no evento principal com o lutador número 1 do mundo na época, Kazushi Sakuraba. Depois disso, eu lutei duas vezes no Pancrase ( representando o PRIDE ) e fui para o Japão para ministrar seminários e também participar de Wrestling profissional.
O Japão tem os melhores fãs do mundo e que entendem sobre o esporte de MMA, Jiu-Jitsu, etc. Os fãs americanos são apenas fãs de UFC, não são fãs de MMA. Então, no Japão sim, eu sou muito mais famoso.

Oriosvaldo Costa : Você Possui excelentes conexões para enviar combatentes para shows em outros países ao redor do mundo. Como funciona o processo de seleção destes atletas ?
Shannon Ritch : Eu trabalho com um ‘booker’ internacional, buscando os melhores atletas para enviar para lutar no Japão, Canadá, México,etc. Nem sempre estou buscando o lutador número 1, mas sim caras que vão lutar duro e que estão dispostos à lutar com qualquer um. São estes os lutadores que eu estou procurando. São estes os guerreiros que eu gosto enviar para lutar em eventos pelo mundo. Quando eu enviar um lutador, geralmente eles irão competir com os caras “Top” de lá, qualquer que seja o evento. Os caras que eu enviar estão sujeitos à perder, mas …. Eles costumam ganhar porque eu envio os caras mais duros que eu encontro, lutadores que são super resistentes, mentalmente e fisicamente.

Oriosvaldo Costa : Como você divide seu treinamento físico e técnico?
Shannon Ritch : Somente com a força física você não poderá chegar tão longe em uma luta. A formação técnica de um atleta sempre vai superar força bruta do outro. Os indivíduos que usam somente a força tendem à se cansar fácil e mais rápido. Os lutadores inteligentes normalmente fazem oponente cansar, em seguida, usam á técnica para ganhar ou levar vantagem.

Oriosvaldo Costa : Como você começou à praticar artes marciais?
Shannon Ritch : Eu tinha 10 anos quando comecei à treinar. As minhas primeiras artes marciais foram o Karatê japonês, então eu aprendi Wrestling no colégio e após o ensino médio, fui para a Tailândia para aprender Muay Thai e aperfeiçoar o meu kickboxing. De lá fui para aprender e dominar o Brazilian Jiu-Jitsu. Carlos Machado é o meu instrutor, eu o considero um dos melhores caras do Brazilian Jiu-Jitsu em todo o mundo. Eu sou agora uma faixa preta 3 °Grau e venho ganhando muitas competições de Brazilian Jiu-Jitsu . Meu sonho é competir no ADCC, e também visitar o Brasil e aprender e treinar com os caras “Top” de lá.

Oriosvaldo Costa : Por que você decidiu participar de eventos de MMA?
Shannon Ritch : Eu luto em shows de MMA, porque é assim que eu faço a minha vida. Meu trabalho é ser um lutador de MMA profissional. Eu vou lutar com qualquer um, em qualquer lugar e à qualquer hora.

Oriosvaldo Costa : Quais as outras modalidades que você competiu?
Shannon Ritch : Além do MMA eu tenho competido em K-1, que é o topo do mundo em promoções de kickboxing. Também tenho competido como um Wrestler profissional e ainda como um lutador de Brazilian Jiu-Jitsu.

Oriosvaldo Costa : Fale-nos um pouco sobre a luta com Frank Shamrock no K-1?
Shannon Ritch : Eu tinha acabado de voltar de uma luta muito dura na Inglaterra, na qual o meu adversário acabou quebrando o meu antebraço. Ao voltar ao meu país fui convidado para lutar com Frank Shamrock,e eu teria apenas uma semana para treinar. Não houve tempo hábil para a minha recuperação e eu acabei lutando assim mesmo. Na verdade, eu quase que consegui levá-lo ao nocaute com um chute na cabeça, mas ele se recuperou e me chutou na cabeça também. Eu fiz um bloqueio com o braço quebrado e tornei a minha situação dez vezes pior do que já estava e a luta acabou.

Oriosvaldo Costa : O que você pensa sobre o Bare Knuckle Boxing?
Shannon Ritch : Eu amo “Boxe com as mãos nuas”! É a forma mais verdadeira de combate que existe. É o que eu gosto de chamar de a ‘VERDADEIRA TÉCNICA BOXE’, você tem que atacar com técnica e não com tanta energia. Você não tem luvas para proteger as mãos e se você cometer um erro pode quebrar a sua mão.

Oriosvaldo Costa : Você também acredita que o Bare Knuckle Boxing vai se tornar mais popular do que o UFC e MMA em geral nos próximos anos?
Shannon Ritch : Eu sinto que o Bare Knuckle Boxing continua sendo muito popular mesmo depois de mais de 100 anos e mesmo sendo uma promoção ‘Underground’ por todo esse longo período. Agora ele tem a chance de ser mostrado para todo o mundo. Eu sinto que o Bare Knuckle Boxing vai explodir assim como o MMA fez no início dos anos 90, quando começou o UFC.

Oriosvaldo Costa : Para finalizar esta entrevista … Quais são os seus próximos planos para o futuro em relação ao MMA e outras modalidades?
Shannon Ritch : Minha carreira no MMA está para abrandar um pouco porque eu estou agora com 48 anos de idade. Eu sou o lutador de MMA mais ativo no mundo. Mas às vezes você precisa saber quando é o bastante. Eu ainda tenho planos para lutar mais um pouco – talvez eu continue pelos próximos 5 anos.
Mas eu tenho aceitado lutas muito duras e estou fechando apenas uma ou duas lutas de MMA por ano. Eu adoraria lutar no Brasil e se você conhecer alguém que queira me levar para competir em algum show em seu país, eu estou aberto às negociações.
Obrigado pelo seu tempo e espero conquistar alguns fãs e conhecer mais pessoas. Estou disponível para seminários, entre em contato comigo no Facebook . Desejo sucesso e felicidade para todos.

Shannon “The Cannon”  Ritch

*Entrevista concedida ao colaborador Oriosvaldo Costa. | Postado em 24/11/2018
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Foto acima : Shannon “The Cannon” Ritch acumula 8 títulos de campeão mundial de MMA, 2 disputas de títulos mundiais no bare-knuckle boxing e é  faixa preta 3° grau em Brazilian Jiu-Jitsu ( Cortesia : Acervo pessoal ).

Abaixo : Shannon Ritch também foi campeão de Lethwei, em Myanmar, no ano de 2003 ( Cortesia : Acervo pessoal Shannon Ritch ).


quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Preocupado com o futuro do MMA, Alex Davis alerta sobre uma “crise silenciosa” nesse esporte



Se Dana White é o coração do MMA e o gênio controverso do esporte, o treinador Alex Davis é a consciência da modalidade, com uma “capacidade de olhar para o próprio umbigo” assim como nenhum outro nesse meio. Membro fundador da conceituada equipe American Top Team e judoca veterano, Davis dirige uma série de grandes lutadores brasileiros, incluindo Edson Barboza, Antônio Carlos Júnior, Rousimar Palhares, Thiago Santos, Antônio ‘Bigfoot’ Silva e Thiago Tavares. Ele também é um escritor de longa data que sempre publica seus textos no site MMAjunkie, e este material é sempre leitura obrigatória. Em seu último artigo, ele identifica um dos maiores problemas para os lutadores que estão surgindo.

Confira abaixo o texto de Davis, que eu transcrevi na íntegra, e reflita sobre a preocupação do mesmo com o futuro do nosso esporte, pois os “conselhos” desse experiente ‘Manager’ não devem ser negligenciados jamais :

“ Existe, no mundo do MMA hoje, uma “crise silenciosa” - silenciosa para os milhões de fãs e para os muitos jornalistas que escrevem e formam a opinião pública sobre o esporte, mas ainda assim para os profissionais nas academias e nos tatames que fazem o esporte acontecer dia após dia.

Como o MMA se tornou popular e aumentou sua base de fãs, milhares de pessoas olharam para ele e começaram a sonhar em se tornar como as “estrelas” que o esporte criou. É assim em qualquer esporte. Mas a diferença no MMA é que há cada vez mais pessoas nas academias e nos tatames treinando e aprendendo, colocando seu tempo, esforço e dinheiro no sonho de um dia se tornarem um lutador notável, mas há menos e menos oportunidades para eles entrarem em um ringue ou “cage” e se mostrarem dignos.

Mesmo os homens e mulheres que começaram há algum tempo e conseguiram acumular registros razoáveis em suas carreiras são afetados por esse mesmo problema. Está se tornando geometricamente mais e mais difícil encontrar lutas. Isso está causando uma verticalização extrema do esporte - uma infinidade de pessoas por aí treinando, mas comparativamente apenas um ‘gotejamento’ conseguindo lutas, e uma porcentagem infinitamente pequena daquelas que realmente conseguem entrar em um evento significativo.

É muito difícil fazer face às pequenas promoções de lutas. Centenas desses eventos foram criadas apenas para serem extintos posteriormente. Existe um abismo entre os pequenos eventos e os grandes. Há quase nem um meio! E hoje em dia o MMA se tornou famoso entre os investidores como uma ótima maneira de perder dinheiro.

Ao longo dos anos, as pessoas viram o sucesso econômico que o UFC alcançou em um tempo relativamente pequeno, e criaram projetos de eventos à sua semelhança para fazer o mesmo, apenas para descobrir que não sabem o que estão fazendo, nem têm significado, propósito ou persistência para ficar com ele até que seu projeto se torne sustentável. Cada vez menos pessoas estão dispostas a tentar, o que significa cada vez menos eventos para os atletas lutarem.

A parte triste disso tudo é que muitos atletas com potencial irão desistir e outros já desistiram! O que isso significa? Ora, nunca poderemos ver o próximo Anderson Silva, o próximo TJ Dillashaw, o próximo Rodrigo ‘Minotauro’ Nogueira, porque eles simplesmente não conseguiram nos mostrar suas habilidades e desapareceram na obscuridade!

No entanto, essa verticalização cria oportunidades para as pessoas inteligentes e antiéticas atacarem a situação. Uma vez que existe um desequilíbrio entre as oportunidades e os atletas para aproveitá-las, é fácil os canalhas saírem e colherem os benefícios usando as esperanças e sonhos dessas pessoas.

Também cria a tendência para as pessoas que gerenciam essas oportunidades e oferece-las aos atletas por outras razões além do mérito. Em outros esportes profissionais, os atletas se elevam nas classificações com base em sua performance. Mas no MMA, assim como você tem pessoas ganhando e ganhando e ganhando enquanto nunca vão para as disputas dos títulos, você tem atletas incríveis lá fora que nunca tiveram a chance de estar em um grande palco porque eles não têm uma convivência com um ‘Manager’ competente, ou talvez por eles não falarem o inglês fluentemente.

Acredito que todos nós que estamos envolvidos no MMA, seja para curtir como fãs ou como participantes, devemos nos conscientizar disso. Só então haverá discussões e soluções. O MMA ainda é um embrião, não é um esporte consolidado ( ainda ). Temos apenas 25 anos de existência. Este é apenas um dos problemas estruturais que o MMA enfrenta à medida que se desenvolve.

Nós diferimos de outros esportes profissionais porque não temos nenhum sistema ranqueador estruturado como uma escada para as ligas maiores, como outros esportes têm. Mas em algum momento, devemos começar a olhar para ele da mesma forma que outros esportes se vêem, do ponto de vista do que será bom para o esporte a longo prazo. Somos apanhados no vício do imediatismo. Tudo o que podemos ver são os próximos dois ou três meses. Mas se quisermos ter um esporte significativo no futuro, devemos superar isso. Precisamos discutir e criar soluções. ”

Leia o artigo original no ‘link’ abaixo :

https://mmajunkie.com/2018/11/veteran-manager-alex-davis-sees-real-problem-with-mmas-continued-growth-yet-declining-opportunities

( ou então, copie e cole o ‘link’ no seu navegador )

Bem, após ler e refletir sobre o artigo de Alex Davis vou emitir a minha opinião pessoal sobre o tema em questão ... Eu cheguei à conclusão que não posso fazer muito para tentar intervir na “crise silenciosa” que aflige o MMA nos demais países pelo mundo, mas posso tentar conscientizar aqueles que de uma forma ou outra militam na modalidade aqui no Brasil, pois é aqui em nosso país que remontam as raízes do MMA moderno e portanto, um lugar propício para se construir uma base mais sólida e consistente, desde que se encontrem soluções criativas à longo prazo.

Por outro lado, com tantas “estrelas” por aqui exigindo dos eventos nacionais as mesmas regalias dos grandes shows internacionais é mais provável que sobrem cada vez menos eventos para se lutar em solo brasileiro, pois os shows estão se mostrando financeiramente inviáveis para os empreendedores.

Ora, se lá fora o MMA já se tornou famoso entre os investidores como uma ótima maneira de se perder dinheiro, como bem disse Davis, imaginem aqui no Brasil, país que enfrenta uma severa crise econômica.

Mesmo nos EUA, o próprio Dana White ( ainda presidente do UFC ) está montando a Zuffa Boxing, empresa voltada para a promoção de lutas de boxe, com o intuito de diversificar os seus negócios e gerar mais lucros.
Sejamos bem francos... Se o cenário do MMA fosse tão animador lá fora, Dana não estaria fazendo essa expansão para o boxe agora, e com isso maximizar seus ganhos com os negócios do UFC.

Se não houver uma conscientização de todos, mais cedo ou mais tarde a “máquina” que sustenta essa ‘engrenagem’ toda irá quebrar e o cenário aqui no Brasil poderá regredir às décadas de 70 e 80, quando aqueles que desejavam construir uma carreira no esporte rodavam pelo país promovendo seus próprios shows, de cidade em cidade. Pensem nisso.

*Fonte - Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa | 21/11/2018
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Foto acima : Apesar da “crise silenciosa” no Ocidente, o MMA está crescendo novamente nos países do continente asiático ( Cortesia : Iphone Media ).

Abaixo : UFC ignora as crises ( tanto a “silenciosa” quanto a financeira ) e transforma o Brasil em central da América Latina. Esse ano a franquia abriu uma sede em São Paulo ( Cortesia : Getty Images ).


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Lutadora de MMA, índia e lésbica, Sharice Davids é eleita para o Congresso dos EUA



Depois de Markwayne Mullin, um competidor de MMA do estado de Oklahoma que foi eleito para a Câmara dos Deputados dos EUA nas eleições de 2012 pelo Partido Republicano, teremos um outro lutador representando essa modalidade no congresso norte-americano.

Trata-se da democrata Sharice Davids, do Kansas. Ela fará história por ser a primeira mulher americana de origem indígena, bem como a primeira deputada lésbica eleita pelo estado do Kansas durante as chamadas “midterms” ( eleições de meio de mandato ) de 6 de Novembro.

Nascida na tribo Ho-Chunk Nation, de Wisconsin, ela derrotou Kevin Yoder, um congressista por quatro mandatos, no 3º distrito do Kansas, por 53% a 43% dos votos e foi eleita para o Congresso.

Já abertamente gay, obviamente Sharice não tentou esconder sua orientação sexual durante a campanha, tornando-se a única ex-atleta da comunidade LGBTQ concorrendo a um cargo federal nessa eleição histórica, que também elegeu para o congresso outra indígena, Deborah Haaland ( do Novo México ) e duas mulheres muçulmanas, Ilhan Omar ( de Minnesota ) e Rashida Tlaib ( de Michigan ), todas elas pelo partido Democrata.

Sharice Davids, que também é advogada, tem um recorde no MMA composto por 8 lutas, sendo 6 amadoras ( 5-1 ) e 2 profissionais ( 1-1 ).
Ela teve a sua estreia como amadora em 27 de outubro de 2006, quando encarou Courtney Martell em luta do peso palha ( em geral, para lutadoras entre 48 kg e 52 kg ) no evento chamado ISCF-Midwest Fightfest, realizado em Kansas City.

Já a sua estreia profissional aconteceu em 1º de novembro de 2013, quando ela venceu Nadia Nixon no Shamrock Fighting Championship ( show fundado em 1998 para ajudar a desenvolver jovens lutadores em St. Louis, Missouri, e encabeçado pela frase “Las Vegas Style Fights”, ).

Depois de ser eliminada durante a 20ª temporada de The Ultimate Fighter, Sharice começou a viajar pelos Estados Unidos e decidiu trabalhar em questões nativas como uma advogada na área. Daí para seguir a carreira política ‘foi um pulo’.

Em entrevistas concedidas para a mídia especializada, Sharice disse que seu treinamento e experiência no MMA a ajudaram nessa conquista no mundo político e que os ensinamentos obtidos com a prática das artes marciais continuarão norteando o seu trabalho, agora no Capitólio.

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 20/11/2018
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Foto acima : Sharice Davids em frente ao Capitólio, prédio que serve como centro legislativo do governo dos EUA e que fica fica localizado no bairro Capitol Hill em Washington, D.C. ( Cortesia : Getty Images ).

Abaixo : Sharice Davids - Ela é lutadora de MMA, lésbica e a primeira mulher índia eleita para o congresso dos EUA ( Cortesia : Outsports ).


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Vem aí o Acampamento e Retiro Green Dragon 2018



Está chegando o “RETIRO GREEN DRAGON 2018”.
Dois dias de imersão na prática e aprendizagem do Contemporary Jeet Kune Do e Kali. Um ‘Camp’ voltada à propagação e legado na América do Sul das artes de Bruce Lee - Dan Inosanto - Paul Vunak - Edmarcio Rodrigues.

“Dragão Verde” foi o nome escolhido para nosso retiro por se referir aos descendentes da linhagem direta de Bruce Lee e por se tratar sempre em lugares com a forte presença da Natureza.
Esse retiro foi criado como homenagem aos nossos mestres e linhagem, e acontece uma vez à cada ano, sempre no mês de Dezembro. É um momento de convivência entre irmãos e família.

Nosso retiro inclui hospedagem, alimentação e atividades em conjunto.

Haverá ainda nosso Stick Fighting e Knife Fighting, além de cursos e treinamento de progressão em Jeet Kune Do e Kali.
Este ano também teremos a presença do campeão de Jiu jitsu Anderson Sato, que também é praticante de Jun Fan Gung Fu, ele vai ensinar segredos importantes na arte do chão e como usar ‘trapping’ para conseguir êxito na luta de solo.

A organização é do  Sifu Edmárcio Rodrigues, que ostenta a maior graduação em Jeet Kune Do em toda América do Sul e é discípulo do lendário Paul Vunak.

Acampamento e Retiro Green Dragon 2018
Local: Praia da Taiba
Fortaleza-CE
Data: 15 e 16 ( entraremos dia 14 a tarde e sairemos dia 16 a tarde).

Conteúdo programático:

Jun Fan Gung Fu
Jeet Kune Do
Kuntao Kali e artes marciais Filipinas
Wing Chun Kung Fu
Luta Livre e Submission
Meditação e camisa de ferro ( Qigong )

Inscrições abertas. Entre em contato.

( 085 ) 9 8944 6607

www.edmarciomartialarts.com

*Fonte - Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa | 19/11/2018
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Foto : RETIRO GREEN DRAGON 2018-Um tributo às artes marciais de Bruce Lee, Dan Inosanto e Paul Vunak ( Cortesia : Divulgação ).


domingo, 18 de novembro de 2018

Sifu Edmárcio Rodrigues fala sobre Contemporary Jeet Kune Do e revela seus planos para 2019





O Sifu Edmárcio Rodrigues tem uma multi-formação nas artes marciais : é faixa preta de Luta Livre, faixa roxa 4° grau de Jiu-Jitsu, faixa preta 1° grau técnico em Wing Chun, instrutor associado em Jun Fan Gung Fu e Jeet Kune Do e Guru em artes filipinas Kali Silat e Panantukan.
O professor cearense de 42 anos é o primeiro instrutor oficial de Jeet Kune Do no Brasil e em toda América do Sul.
Ao longo da sua jornada nas artes marciais tornou-se campeão cearense e Norte Nordeste, tendo competido em modalidades como Sanda Kung Fu - Kickboxing e Kuoshu ( Full Contact Chinês ). Fez ainda várias lutas de Karatê de Contato e MMA.
Nessa entrevista exclusiva, o Sifu Edmárcio Rodrigues fala sobre a sua recente graduação e também sobre o Grão Mestre Paul Vunak ( um dos primeiros e mais notáveis alunos de Sigung Dan Inosanto ), explica o que é o Contemporary Jeet Kune Do e revela quais são os seus planos para 2019, entre outros assuntos. Confira :

1) Sifu Edmárcio Rodrigues, o senhor acaba de chegar de sua última viagem aos EUA, país para onde sempre viaja com o intuito de se aperfeiçoar nas artes marciais. Quantas vezes já foi para lá e com quem treinou anteriormente ? Também fale-nos um pouco sobre essa sua última viagem ...

Sifu Edmárcio Rodrigues: Saudações à todos e obrigado pela oportunidade da entrevista . Bem, estou indo para minha sexta viagem aos EUA, em específico à Califórnia, onde se concentram meus amigos e professores e meu mestre. Em minhas primeiras viagens pude treinar com uma variada gama de instrutores, na época Salém Assli era meu instrutor em Savate e Kali, eu também estudei na academia Inosanto em aulas regulares na época, e também estudei com Erik Paulson ( Nota .: Um dos pioneiros do MMA, com um cartel composto por 11 vitórias, 4 derrotas e 2 empates, desde os primórdios do esporte ), do qual é um grande amigo e treinador, mais meu Mestre é Paul Vunak,  desde a época em que tive de me separar do meu antigo Instrutor. Paul Vunak é uma lenda e um dos mais notáveis e antigos estudantes que Sigung Dan Inosanto já teve. Ele mudou muita coisa na mente das pessoas, é um talentoso “lutador de rua”, digamos assim, pois foi nesse campo que ele pode saber e provar o que funciona ou não de verdade. Minha viagem, como sempre, foi excelente, revi amigos, e pude conviver com pessoas que considero da minha mesma esfera e nível intelectual dentro das artes marciais e auto defesa. Também é lá que as pessoas consideram minhas habilidades e conseguem ver todos os esforços que sempre fiz em toda a minha vida para alcançar o que eu tenho alcançado até agora.

2) O senhor se tornou o homem mais graduado e de mais alto posto em Jeet Kune Do no Brasil e em toda a América do Sul. Fale-nos sobre a importância da sua graduação para o desenvolvimento do ensino das artes marciais em geral no nosso país e para os estilos que ministra, em particular.

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Então, eu já venho estudando e pesquisando sobre Bruce Lee e Jeet Kune Do desde a década de 80, tenho me esforçado muito para treinar e desenvolver minhas habilidades reais dentro deste campo, e após anos de dedicação, esforço, superação e investimentos, conquistei das mãos de meu mestre após muita observação, testes e provas o nível de ‘Full Instructor’, que é um dos mais altos níveis em Jeet Kune Do e Kali, me igualando à instrutores de renome americanos e europeus. Para mim é uma honra poder receber isso, que apesar de ser um título que atesta minhas habilidades além de tudo, eu gosto de treinar duro e pesado para desenvolver minhas habilidades profissionais por completo, então normalmente eu gosto de provar o que falo. Tenho o objetivo de alcançar os amantes das artes marciais e despertar nas pessoas o sentimento de que eles precisam aprender à se defenderem em todas as distâncias de luta. Não tenho objetivo algum de treinar atletas de competição ou algo do gênero. Meu objetivo é transforma pessoas comuns e também treinar e ajudar a segurança pública em geral, como operadores, agentes de segurança, policiais e militares a treinaram algo completo, tanto no âmbito armado como no âmbito desarmado. É assim que trabalhamos na Progressive Fighting Systems. Além disso, meu intuito é melhorar a qualidade de vida das pessoas física e mentalmente.

3) Poderia falar um pouco mais para os nossos leitores sobre o Sifu Paul Vunak, o lendário praticante de Jeet Kune Do e por que decidiu ir treinar com o mesmo ?

Sifu Edmárcio Rodrigues: Paul Vunak conheceu Dan Inosanto desde 1979 ou antes, é uma mente brilhante na arte da autodefesa. Ele possuí atributos físicos muito refinados e um instinto aguçado como um gato ou um tigre. Paul Vunak desenvolveu o seu Jeet Kune Do para situações extremas de sobrevivência em todos os terrenos possíveis, treinou forças de elite Americanas como Team SIX, Seals Marines e DEA. É um homem muito importante para o mundo do Jeet Kune Do e as artes Filipinas no uso de armas. Sua forma de usar as armas é única. Ele também foi um dos primeiros americanos a treinar Brazilian Jiu Jitsu nos Estados Unidos, é muito amigo de Rickson Gracie e conta muitas histórias deles juntos.  Enfim, Paul Vunak treinou muitos instrutores em todo o mundo, e é o fundador da Progressive Fighting Systems, onde perpétua os ensinamentos do Contemporary Jeet Kune Do. Então, foi por isso que eu me tornei seu estudante privado, devido à  todos esses atributos, além de que Sifu Paul Vunak possui um coração muito grande.

4) Quais são os outros estilos que ministra aulas e qual a sua graduação em cada um deles ? Cite-nos alguns professores e mestres com quem praticou.

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Bem, eu estudei muitos sistemas ao longo dos anos, tive tempo para isso, foi minha escolha de vida e caminho, eu estudei com Sifu Emin Boztepe por 7 anos a arte do WingChun, e aprendi também em paralelo alguma coisa de Eskrima. Fui por muitos anos campeão de Sanda Kung Fu e KuoShu, como meu antigo professor em Kung Fu, Marcelino Mendes. Eu comecei a estudar Jiu-Jitsu em 1996, quando muitos faixas pretas hoje não sabia nem o que era, mais como não era meu foco, prossegui na minha arte ( Jeet Kune Do ), pois nunca gostei de Kimono ( GI ) e mesmo assim alcancei a faixa Roxa de Jiu-Jitsu 4° grau em 2010. Por outro lado, sempre amei o Submission ( luta de solo sem o Kimono ) e hoje sou faixa preta de Luta Livre e Submssion das mãos de meu Mestre Daniel  D’dane, acabei de saber por ele que me agraciou com o 1° Dan em Luta Livre. Eu não gosto de falar nem me considero, mais treinei Muay Thai e tenho nível de instrutor, portanto não é minha área, mas sei usar as ferramentas. Além disso, estudei um pouco Savate ( Boxe Francês ), e sou ainda luva verde, mais logo pretendo continuar com um dos melhores dos EUA. Em Jeet Kune Do usamos tudo isso, e também estudei com Erik Paulson algumas coisas de Shoot Wrestling. Eu estudei e pude me testar com muitos caras bons.

5) Nossos leitores gostariam de saber como é feito o seu treinamento físico e técnico nos estilos ditos tradicionais e também nos contemporâneos. O que poderia nos falar à respeito ?

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Estou com 42 anos, a época de treinar todo dia, correr todo dia, malhar, não faz mais sentido para mim. Então, eu tive com o tempo de trocar minha forma de treinar, ou seja, usando menos energia possível e podendo obter alto grau de eficácia, para isso é que se estuda métodos inteligentes e ciência marcial. Eu treino de forma tradicional minhas mãos, pés e antebraços. Não gosto de sacos de pancada, eu gosto de pneus, “makiwara”, bolsas de areia e grãos, além de esferas e pedras. São aonde condiciono, mãos, punhos, braços e pés. Isso me deixa a frente, não quero golpear em vão, quero golpear eficazmente. Eu não tenho mais um corpo atlético, mas tenho muitos atributos que superam isso. Qualquer um que já treinou ou lutou comigo sabe disso, e quem toca nos meus braços sabe que não é de uma pessoa comum. Então eu não tenho mais tempo para desperdiçar em algo que não é meu foco. Mesmo assim, ainda treino aonde vou com diversos tipos de pessoas, quando posso, para preservar minhas habilidades. Treinamento físico é importante, mais ninguém treina com 42 anos da mesma forma de quando tinha 20 ou 30 anos, pois tudo muda, tudo passa. Muitos lutadores que se desgastam a vida toda não ganham nada na velhice, e a importância não é apenas lutar é também ter saúde e uma mente saudável.

6) Falando sobre a preparação física em si, o senhor considera a mesma importante apenas para os lutadores profissionais ou também a recomenda para o cidadão comum que busca a sobrevivência nas ruas ? Acredita que a prática dos estilos internos de artes marciais também podem ajudar nesse sentido ?

Sifu Edmárcio Rodrigues:   A preparação física é importante em tudo, portanto deve ser direcionada. A preparação para atletas não é a mesma coisa para pessoas que precisam se defender, nem a de operadores de segurança ou agentes. Atletas precisam lutar vários Rounds. Para sobreviver nas ruas ninguém passa mais de segundos lutando ou se defendendo, então é bem diferente. Sobre estilos internos é preciso entender o que é isso, a prática interna é importante como respirar bem, fortalecer os órgãos etc.. Agora a prática interna pensando em “mágica”, tipo aqueles mestres ‘que não tocam nem no oponente e ele cai’, isso é coisa de filme ou de praticantes infantis.

7) Uma vez que o senhor possui formação em artes marciais chinesas, japonesas e brasileiras, qual a sua preferida e por quê?

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Não tenho preferência, creio que todas possuem seu grau de eficiência em determinadas situações, põe exemplo; nas artes Filipinas de combate usamos armas em todo momento, nossa mentalidade muda, as mãos mudam, em determinadas situações vou preferir “encurtar” e usar  ‘ Clinch ’, usar  ‘ trapping ’ na curta distância, e usar destruição de membros que usamos em Kali, em outros momentos, vou querer controlar a distância com chutes efetivos de Kickboxing, e quem sabe e se for preciso, ir ao solo usando Luta Livre ou Brazilian Jiu Jitsu, tudo depende, então não tenho preferências, porque “não método” pensa por completo desde o início, é assim que é “Contemporary Jeet Kune Do”, sem forma e tendo todas as formas. Estilos chineses, japoneses, filipinos e brasileiros e também tailandeses possuem todos suas finalidades. Mais afirmo, aqui no Brasil a maioria das pessoas não sabem o quanto Kali é uma arte completa e tem todos os golpes que se usam no Muay Thai como cotovelos, joelhadas e muito mais, portanto nosso foco é destruir seus ataques. Mas no Brasil, para muitos, só é bom o que está em moda ou em evidência.

8 ) Fale-nos sobre a sua associação, em quais cidades, estados e países a mesma já está implantada e quais são os seus projetos para a expansão da mesma já à partir do próximo ano ?

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Já há algum tempo que eu não ensino em turmas ou grupos grandes, optei por ensinar de forma semi-privada ou em aulas privadas, isso atesta melhor o desenvolvimento da arte e posso melhorar uma pessoa mais rapidamente. Eu não aceito convites para ensinar em academias ou escolas, porque o que ensino não tem esse formato, meu formato é sobrevivência, e as pessoas estão acostumadas aqui à querer achar que se ali uma arte custa um valor “X”, você deve cobrar o mesmo, arte marcial tem seu valor como qualquer profissão, e ainda mais quando você treinou a vida toda e investiu toda a sua a vida nos melhores para ensinar o que tem de melhor. Então minha associação se chama Edmarcio Rodeigues Martial Arts, onde ensino e prego os métodos ‘Progressive Fighting Systems’ do qual me foi confiado, onde sou e faço parte do que chamamos ‘Descendentes do Dragão’ ou ‘Descendentes de Mestres’. Eu tenho estudantes espalhados em algumas cidades, uns ativos e outros inativos, tenho um bom e excelente Instrutor no Chile, onde todo ano viajo para lhe ensinar e progredir, um ótimo rapaz que treina diariamente, ensina e acredita no nosso ideal que é promover as artes ‘contemporary’ de Bruce Lee. Minha meta é levar para outros países sul americanos e cidades, quanto mais eu puder ensinar e expandir será melhor, e se as pessoas forem boas, melhor ainda. Este ano dei um grande passo, pois além de ir treinar com meus amigos e meu Mestre, de Instrutores maiores, foi a primeira vez que dei aulas particulares nos EUA para um amigo que é instrutor e agora é meu estudante de Luta Livre e Submission. Ele vai estar à partir de agora organizando seminários e aulas para mim por lá, isso para mim foi uma grande conquista, poder mostrar meu talento lá fora. Então quero este próximo ano de 2019 expandir mais ainda, criando grupos líderes e instrutores. Acabamos de criar um grupo ‘Líder’ em Limoeiro do Norte Ceará, e espero dar frutos, e assim poder expandir. 2019 tenho muito trabalho, irei levar ao Equador e México, além de que estou trabalhando forte nas instituições militares e de segurança privada.

9) Quais são os requisitos básicos para aqueles que desejam estudar artes marciais com você e tronarem-se seus representantes posteriormente ?

Sifu Edmárcio Rodrigues:  O requisito mais básico é querer, se esforçar e treinar, e também cumprir alguns quesitos, ou seja, não adianta querer de graça aquilo que passei anos investindo para conquistar e vencer. Então se você vem para o barco todos, deve navegar e enfrentar as mesmas tempestades. Todos podem vir e me procurar para treinar, desde que possam cumprir com as suas partes, pois procuro cumprir com as minhas.
Uma coisa é certa ... Eu ensino, não existe enrolada, nem mistérios, é treinar e seguir.
Nos EUA existe uma irmandade muito forte, entre os instrutores e alunos, todos cooperam, todos se juntam e valorizam os ensinamentos.
Aqui no Brasil muitos querem de graça e sem pagar preço algum, não cooperam, mas querem uma fatia do bolo. Então, pessoas assim, que possam ficar longe de meus objetivos.

10) Para finalizar, deixe uma mensagem para todos que estão lendo essa entrevista.

Sifu Edmárcio Rodrigues:  Minha mensagem é que se você quer você pode, ou pode criar meios para conseguir, é assim que ando com meu legado. Não se deve desistir por nada, e criar um caminho para você, e valorizem a vida porque ela é única. Conhecimento é poder!!! Agradeço pela oportunidade de prestar está entrevista!! Meu muitíssimo obrigado!

*Entrevista concedida ao colaborador Oriosvaldo Costa. | Postado em 18/11/2018
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Foto acima : Sifu Edmárcio Rodrigues recebendo a graduação de ‘Full Instructor’ em Contemporary Jeet Kune Do ( Progressive Fighting System) das mãos do seu mestre Paul Vunak ( Foto Cortesia : Acervo pessoal Sifu Edmárcio Rodrigues ).

Abaixo : “Descendentes do Dragão”. Sifu Edmárcio Rodrigues integra a genealogia do Jeet Kune Do abaixo do lendário Paul Vunak,um dos primeiros e mais notáveis alunos de Sigung Dan Inosanto, este último discípulo direto de Bruce Lee e também considerado a maior autoridade mundial viva em Jeet Kune Do ( Foto Cortesia : Acervo pessoal Sifu Edmárcio Rodrigues ).


quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O ex-UFC Johny Hendricks é nocauteado em show de ‘boxe sem luvas’ nos EUA



Uma modalidade de luta que está em franca ascensão pelo mundo é o ‘boxe sem luvas’.
De origem irlandesa, o ‘boxe sem luvas’ é conhecido internacionalmente como bare-knuckle boxing e diferencia-se do boxe “com luvas” ou boxe inglês ( regras do Marquês de Queensberry ) por ter regras menos restritivas.
Seja ‘sem luvas’ ou apenas com bandagens para as mãos, o ‘boxe sem luvas’ não era regulamentado até bem pouco tempo, como já havia sido, há mais de cem anos.

A afirmação acima era válida para os EUA, mas os “Yankees” estão conseguindo implementar uma regulamentação, visto que recentemente o estado norte-americano de Wyoming foi o primeiro à legalizar, regulamentar e sancionar eventos da modalidade no país desde 1889.
Eventos de ‘boxe sem luvas’ já haviam sido realizados anteriormente em reservas indígenas, onde “a lei do homem branco” não vigora e as autoridades nada podem fazer.

Atualmente os estadunidenses estão seguindo o exemplo da Inglaterra, país de origem do boxe “com luvas” e onde a modalidade ‘sem luvas’ nunca foi ilegal, uma vez que a mesma nunca foi proibida por lá, embora não houvesse nenhuma entidade esportiva para a sua regulamentação.
Contudo, recentemente as companhias que lutam para legitimar o esporte em solo inglês e mantê-lo longe do dinheiro sujo do submundo conseguiram montar uma federação e até coroar os seus campeões mundiais.
A instituição que representa mundialmente o ‘boxe sem luvas’ é a WBBA ( sigla em inglês para associação mundial de ‘boxe com as mãos nuas’ ).
O atual campeão da entidade é o ex-lutador profissional de boxe, categoria peso-cruzador, Bobby Gunn, que chegou a disputar o título mundial dessa categoria com Roy Jones Jr. ( sob as regras do boxe inglês ).
Bobby Gunn é invicto nas regras do ‘boxe sem luvas’.

Atualmente o esporte é a última moda no Reino Unido e está atraindo até mesmo as celebridades - Keanu Reeves e Ray Winstone são grandes fãs de tais lutas - bem como profissionais liberais e até mesmo as mulheres, que constituem cerca de um quinto da multidão que prestigia tais espetáculos, seja ‘ao vivo’ ou pelo sistema de pay-per-view.

Tanta exposição na mídia está chamando a atenção dos competidores de MMA e muitos destes já estão alternando as suas carreiras dentro do “cage” com as lutas do ‘boxe sem luvas’, seja em eventos na Inglaterra ou nos EUA.
À título de curiosidade : o já falecido lutador Kimbo Slice ( ex-UFC e ex-Bellator ), só não disputou o título mundial de ‘boxe sem luvas’, enfrentando o campeão Bobby Gunn, por ter falecido prematuramente.

Entre tantos outros lutadores de MMA que tem “abraçado” o ‘boxe sem luvas’ recentemente, podemos citar Johnny Hendricks, um ex- campeão peso-meio-médio do UFC.
Hendricks, de 34 anos, havia anunciado sua aposentadoria do MMA em junho, para se dedicar a treinar equipes de Wrestling colegial.
No entanto, algumas fontes afirmam que ele teria voltado atrás nos últimos meses.
O fato é que Hendricks acabou assinando um contrato para lutar o evento inaugural uma nova companhia que promove lutas de ‘boxe sem luvas’ em seu país.

O evento em questão é o World Bare Knuckle Fighting Federation 1 ( WBKFF ), realizado no último sábado (10)  à noite, em Casper, Wyoming, EUA.
O show teve um pouco de tudo.
Hendricks deveria ter enfrentado Brennan Ward, mas este acabou saíndo do ‘card’ na semana anterior por uma disputa contratual com o WBKFF. Para substituí-lo foi chamado Dakota Cochrane, de 32 anos.

O lutador ex-Bellator aproveitou bem a oportunidade e dominou o confronto.
Hendricks foi agressivo assim que a luta teve início e conseguiu encaixar alguns bons golpes. Mas Cochrane abriu um corte abaixo do olho de Hendricks ainda no primeiro round, e obteve o nocaute técnico aos 21s do segundo round após acertar um duro direto de direita.

Outra curiosidade ( à respeito desse confronto, em particular ) : comenta-se em  fóruns de debates pela internet que Dakota Cochrane também é ator pornô gay e que teria sido convidado à participar do TUF - O “Reality show” do UFC - numa época em que o evento de Dana White estava respondendo a processos por homofobia.
( Nada contra ator pornô gay, mas aqui no Brasil esses tipos estão sendo eleitos para cargos políticos e vomitando sobre educação, diga-se de passagem ).

Voltando à grande noite de lutas do WBKFF, tivemos ainda um ‘main event’( evento principal ) de peso com Chris Leben e Phil Baroni, dois veteranos e ambos com passagens pelo UFC.
Leben nocauteou Baroni a 1m19s do primeiro round com um cruzado de esquerda.

Condira os resultados completos do WBKFF 1 abaixo:

‘card’ principal - Fite TV iPPV (22h ET / 19h PT)

Chris Leben derrotou Phil Baroni via TKO em 1:19 do Round 1 
Dakota Cochrane derrotou Johny Hendricks via Knockout em: 21 do Round 2
Julian Lane derrotou Joey Angelo via decisão dividida (47-48, 49-46, 49-46)
Christina Marks derrotou Jasmine Clarkson via TKO em 1:54 do Round 2

‘card’ Preliminar - Fite TV (20h ET / 5h PT)

Robbie Peralta derrotou Jay Cucciniello por decisão unânime (49-46, 50-45, 50-45)
Leon Mynhardt derrotou Nick Gonzalez via TKO em: 56 do Round 2
Josh Neer derrotou Mike Aldrete via TKO às 2:00 do 3ª do Round
Joey Munoz derrotou Marcelo Alfaya por decisão unânime  (47-47, 48-47, 48-46)
Isaac Vallie-Flagg derrotou Cory Simpson via TKO às 1:10 do 2º Round
Juan Torres derrotou CJ Leveque via TKO às 01:33 do Round 1
Jeff Chiffens derrotou Fred Pierce via TKO em 1:04 do Round 1

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 14/11/2018
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Foto acima : O ‘pôster’ de divulgação do evento realizado sob as regras do bare-knuckle boxing ( ou prizefighter boxing ou boxe irlandês ), estampava os ex-atletas do UFC Chris Leben e Phil Baroni ( Cortesia : Divulgação WBKFF ).

Abaixo : O ex-UFC Johny Hendricks não conseguiu vencer em sua estréia no ‘boxe sem luvas’ ( ou ‘boxe com as mãos nuas’, ou ainda ‘boxe com os punhos nus’, como preferirem ) no último sábado (Foto Cortesia : Getty Images ).


segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Embalado com duas vitórias consecutivas Talison Soares segue na mira do UFC



O lutador Talison Soares Costa, conhecido por ser um multi campeão no Jiu-Jitsu, segue com foco total no MMA. A fera de Areia Branca, município localizado no estado do Rio Grande do Norte, vem embalado com duas vitórias consecutivas.
Uma dessas vitórias foi no LFA, realizado na Califórnia, onde o Potiguar venceu o Mexicano Fernando Padilla e a outra vitoria foi no WSOF GLOBAL, evento americano que realizou sua primeira edição no Brasil, onde Talison nocauteou o Argentino Daniel Alvar na luta principal, ganhando o prêmio de nocaute da noite.

Antes de tudo isso, porém, o areia-branquense construiu uma carreira no Jiu-Jitsu, modalidade onde também coleciona títulos, e entre estes ostenta o Bicampeonato Pan-americano de Lutas Profissionais, realizado no ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, nos idos de 2014.
Anteriormente à essa vitória na capital alencarina, o campeão de MMA da Costa Branca já havia participado da oitava edição do Open Torre Forte,   campeonato tradicional do Jiu-Jitsu realizado no RN, onde disputou a competição em três categorias diferentes e foi campeão em todas elas. Naquela ocasião, Talison Soares ficou em primeiro lugar na categoria leve, médio e absoluta na faixa preta.
A competição foi realizada em junho de 2014, na cidade de Currais Novos, na região do Seridó, onde mais de 200 atletas de vários estados participaram do torneio de Jiu-Jitsu, onde Talison foi um dos destaques da competição.
Uma das mais recentes conquistas do faixa-preta na arte-suave aconteceu no Ceará BJJ Pro em setembro de 2017, quando o potiguar fez três combates para levar a medalha de ouro da categoria absoluto para casa.

Conciliando o Jiu-Jitsu com o MMA até então, o faixa-preta que representa as escuderias da Checkmat e do Team Soares nas respectivas modalidades passou uma temporada nos EUA treinando na academia do lendário Dan Henderson, ex-campeão do UFC e do Pride.
Foi após esse período que Talison Soares estreou no MMA em solo norte-americano vencendo Fernando Padilla no LFA-Legacy Fighting Alliance, evento que surgiu da fusão dos extintos shows Legacy FC e RFA-Resurrection Fighting Alliance.

Atualmente Talison está se dedicando totalmente ao MMA, modalidade onde acumula um recorde de 11 vitorias e somente 2 Revés e vindo de vitorias em importantes eventos.
Assim sendo, Talison já está na mira do UFC, maior Organização de MMA do Mundo. Seria mais um bom nome brasileiro à brilhar no Octógono mais cobiçado do mundo.

*Fonte - Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa | 12/11/2018

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Foto acima : Talison Soares comemora a vitória sobre o o Argentino Daniel Alvar no WSOF GLOBAL ( Cortesia : Divulgação ).

Abaixo : O multi campeão no Jiu-Jitsu Talison Soares exibe as suas medalhas conquistadas ao longo de sua carreira na arte-suave ( Cortesia : Acervo pessoal ).


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Aos 48 anos de idade Kazuyuki Fujita vence pela terceira vez no Road FC em 2018



A promoção do ROAD Fighting Championship trouxe um divertido ‘card’ no ROAD FC 050 para o Chungmu Daejeon Gymnasium, em Daejeon, na Coreia do Sul, no final de semana. O evento foi transmitido ‘ao vivo’ pelo serviço de “streaming” do DAZN ( “DAZN” = Dazon Head Office /: Reino Unido ) , e a reprise pode ser encontrada no YouTube.

Durante as preliminares, apelidadas de “Young Guns 40”, Dong Hwan Lim derrotou Jung Hyo Park com um soco antes de apertar a guilhotina. Já Gi Won Ko e Young Han Kim protagonizaram uma luta brutal que resultou em um nocaute no segundo round.
Yuri Shim e So Hee Lim proporcionaram uma luta muito divertida que teve um pouco de tudo. Foi Shim quem se saiu melhor na parte ‘grappling’ e quedas para vencer na decisão dos juízes.
Na luta principal do “Young Guns 40”, Gun Oh Shim venceu Jae Hyuk Heo logo no início, graças à uma a paralisação do árbitro aos 23 segundos do round inicial.

Na programação de lutas válidas pelo ROAD FC 050, tivemos a aguardada revanche entre Jae Nam Yoo e Yi Moon Han. Na primeira luta, Han acabou ganhando a luta por finalização. No entanto, o mesmo erro não foi cometido nessa revanche. Após uma tentativa de queda por parte de Han já no segundo round, Yoo acabou vencendo após bater Han no chão.

O jovem Gi Hong enfrentou Koji Nakamura e mostrou muita técnica durante toda a luta. Ele proporcionou um verdadeiro show para os fãs de sua cidade natal usando seus chutes plásticos de Taekwondo ao longo dos três rounds para garantir a vitória por decisão.

O ‘main event’( evento principal ), marcou a luta de aposentadoria de Mu Gyeom Choi. Ele também estava fazendo sua quarta defesa de título, dessa feita contra Jung Young Lee.
Choi conseguiu um “knockdown” no primeiro round, enquanto Lee devolveu o “knockdown” já no segundo round. No terceiro round, Lee foi capaz de conseguir outro grande “knockdown”. A essa altura, os danos no rosto de Choi já estavam começando a aparecer. Em última análise, Lee ganhou por decisão unânime e se tornou o novo campeão de peso-pena do ROAD FC.

Antes disso, porém, houve o momento mais aguardado para os fãs asiáticos, com duas lendas vivas do MMA e veteranos do PRIDE FC, onde Kazuyuki Fujita( 48 anos = EQUIPE FUJITA /: Japão) enfrentou Choi Mu-Bae ( 48 anos = Coréia do Sul ).
Fujita vinha de uma vitória sobre Justin Morton no ROAD FC 049-In Paradise, também realizado na Coréia do Sul, no mês de  Agosto.

Nessa luta, Fujita acertou um gancho de esquerda logo no início para deixar Mu Bae Choi pressionado contra a grade do ‘cage’ para em seguida obter uma vitória rápida por TKO ( “socos” ).
Isso fez com que Fujita, quase um cinquentão, conseguisse a terceira vitória consecutiva no MMA, sendo dois nocautes e uma finalização, marcando 3 à 0 nesse ano de 2018.

O cartel do lutador no MMA , no entanto, é bem mais extenso : 18 vitórias e 14 derrotas, em sua carreira que teve início em janeiro de 2000 durante o Grand Prix do Pride FC.
De lá para cá, o peso pesado japonês acumulou passagens por organizações do porte do Extreme Shootout, K-1, UFO, Inoki Bom-Ba-Ye, Ultimate Crush, Sengoku, IGF, Rizin FC, HEAT FC e agora Road FC.
Fujita também é intimamente conhecido nos círculos de MMA do Japão como o “Marcelo Tigre japonês” e não dá sinais que irá desacelerar tão cedo.

ROAD FC 050
03 de Novembro de 2018
Chungmu Daejeon Gymnasium
Daejeon
Coreia do Sul

Yu Ri Shim derrotou Seo Hee Lim por decisão unânime após 5:00 do segundo round

Gun Oh Shim nocauteou Jae Hyuk Heo ( Socos) aos 0:23 do primeiro round

Dong Hwan Lim finalizou Jeong Gyo Park com uma guilhotina aos 2:48 do primeiro round

Yuki Ito nocauteou Tae Kyun Kim ( Socos) aos 4:58 do primeiro round

Park Chan Soo derrotou Yong Geun Kim por decisão unânime após 5:00 do segundo round

Seong Jae Kim venceu Hwang Chang Hwan por TKO (socos) 2:41 do primeiro round

Gi Won Ko nocauteou Young Han Kim (soco) aos 0:22 do segundo round

Oo-Jae Kim derrotou Won Hee Jung por decisão dividida após 5:00

Kazuyuki Fujita derrotou Choi Mu-Bae por TKO ( “socos” ) aos 1:55 do primeiro round

Jung Young Lee derrotou Mu Gyeom Choi por decisão unânime após 5:00 do terceiro round


P.S.: Parceiros de transmissão ao vivo:

Coreia do Sul: SPOTV

EUA / Reino Unido: DAZN

Global: YouTube / RoadFC

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 7/11/2018
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Foto acima : Um dos ‘pósteres’ de divulgação do ROAD FC 050 destacou a luta dos veteranos do Pride FC ( Cortesia : 株式会社   藤田事務所  Kazuyuki Fujita ).

Abaixo :  Aos 48 anos de idade e em ótima fase, Kazuyuki Fujita consegue a terceira vitória consecutiva no MMA, após passar por mais um adversário no Road FC ( Cortesia : Divulgação ROAD FC ).


terça-feira, 6 de novembro de 2018

“Monge shaolin” vai encarar gigante sul coreano em Macau



Yi Long é um lutador de Kung Fu que obteve destaque em várias competições de Kickboxing. O chinês afirmava ser um ‘monge shaolin’, mas um comunicado oficial do templo informou que Yi Long nunca foi um monge. Nessa época havia surgindo uma “teoria da conspiração” dando conta que o lutador teria recebido o apoio do governo chinês, que faria o ‘marketing’ da marca “Shaolin”, já que isso seria economicamente benéfico para o país, e os jovens da China voltariam à ter um herói nacional.
“Monge shaolin” ou não, Yi Long tornou-se um “viral na internet”, graças aos vídeos de suas lutas postados no site de compartilhamentos ‘YouTube’, onde se apresenta usando uma calça parecida com aquela usada pelos sacerdotes desse lendário mosteiro budista da China.
O chinês afirma ainda ser especialista em ‘Qigong’ além de dominar a técnica da “Camisa de Ferro”.

Ao longo de sua carreira como “kickboxer” Yi Long lutou em organizações tais como a WFL, tendo se apresentado em lutas de ringue tanto em Foshan, na China, como em Las Vegas , nos EUA.
No site da WLF, organização de que ele era campeão mundial em 2014, seu cartel constava de 25 lutas, com 21 vitórias ( 16 por nocaute ).
Atualmente, porém, seu currículo é bem mais extenso : 49-6-1.

Tornou-se mundialmente famoso em 2015 após a luta com Buakaw Banchamek, uma verdadeira lenda viva do Kickboxing e do Muay Thai ( campeão do K-1 World MAX, Kunlun Fight, WMTC, etc ... ) em todo o mundo, a qual acabou perdendo.
No ano seguinte, a revanche foi realizada em Zhengzhou, Henan, China, no evento batizado de Wu Lin Feng: A luta do século 2, e desta feita, Yi Long acabou vencendo na decisão dos juízes.
No entanto, depois de mais duas derrotas consecutivas diante de lutadores da Tailândia - Sitthichai ( 4/11/2017 ) e Saiyok ( 2/6/2018 ), o nome de Yi Long parecia destinado ao esquecimento.
Muitos pressupostos foram apresentados para sugerir que Yi Long iria se aposentar, se casar ou trabalhar como ator de cinema.

Contudo, de acordo com as últimas informações da mídia chinesa, o “kickboxer” de 31 anos irá mesmo voltar às competições.
O próximo adversário de Yi Long será Hong Man Choi, um artista marcial misto sul coreano com uma altura de 2,18 m e pesando  150 kg ( Wiki ), que já lutou tanto no Kickboxing quanto no MMA. O lutador apelidado de “Techno Golith” é conhecido ainda como o “Monstro” ou o “Gigante”.
O cartel de Hong Man Choi é composto por 19 lutas de Kickboxing ( 17 vitórias, 7 derrotas ) e 9 de MMA ( 4 vitórias, 5 derrotas ).
Todos achavam que Choi Hong-Man também havia se aposentado e agora o anúncio do seu retorno surpreendeu a todos.

É de se esperar que Yi Long queira criar algo especial a fim de recuperar a honra das artes marciais chinesas tradicionais que andam ‘adormecidas’ nos últimos anos.
Ainda de acordo com a imprensa chinesa, a luta entre Yi Long e Hong Man Choi acontecerá em Macau, no território Chinês, no dia 10 de novembro, onde eles competirão sob o regulamento do Kickboxing, embora um pouco diferente do tradicional, pois as quedas estão liberadas.

Outras particularidades sobre esse confronto :
Serão 9 minutos direto de luta.
Não terá juiz lateral, apenas um árbitro central.
A luta só terminará por KO ( nocaute ).
Se em 9 minutos não houver um KO será considerado empate.
3 knockdowns será igual a um KO.
Nenhum sistema de pontuação.
Sem luta no chão, obviamente.

A luta, que será realizada no evento Martialism square – MAS ou simplesmente MAS Fight, vem sendo alardeada como ‘freakshow’, mas é bom lembrar que um ‘freakshow’ é diferente de uma luta “fake”.

O MAS Fight é uma nova promoção de lutas aparentemente generosa com os lutadores. Nessa edição de estreia eles terão competidores do MMA, Muay Thai, kickboxing e powerlifting em busca de uma parte do grupo de bônus de HKD $ 3 milhões ( USD $ 380 ). Se uma luta for declarada empate, não há bônus de vitória e o dinheiro é acumulado na próxima luta. Os lutadores serão distribuídos em três categorias de peso distintas: peso leve ( 70 kg ou menos ), peso médio ( 70 kg-85 kg ) e peso pesado ( 85 kg e acima ).

-“Queremos desenvolver o MAS como uma marca com seu DNA em Macau”. Houve um pouco de calmaria depois do UFC, que não foi bem sucedido aqui e eles perderam muito dinheiro. Desta vez, queremos fazer algo novo.”-disse o promotor Tony Chen.

Após o show de 10 de novembro, o MAS vai pegar a estrada.
Há dois eventos planejados para o início de 2019 e Chen diz que as conversas estão acontecendo com as “grandes estrelas” do mundo dos esportes de combate.
-“Estamos visando um show em Hong Kong em abril próximo e um show em julho em Bangkok”.-acrescentou Chen.
Bangkok, em particular, destaca-se, com o local em potencial para um terceiro confronto entre Yi Long e Buakaw.

O MAS Fight fará sua edição de estreia no The Venetian Macao  澳門威尼斯人, um cassino do grupo Sands China que está apoiando o MAS e suas ambições de levar entretenimento de classe mundial ao enclave do jogo.

Ainda sobre o show do MAS Fight World Grand Prix de 10 de Novembro, este será transmitido ‘ao vivo’ pela Fox Sports Asia, além de todo o mundo no aplicativo 8 Count TV e na Chongqing TV na China.

O ‘card’ inaugural do MAS Fight incluirá :

Hong Man Choi vs Yi Long
Ismael Lazaar vs Stavros Grigorakakis
Iraj Azizpour vs Wojciech Bulinski
Steve Bank vs Freyded Rankyn
Haime Morais vs Aliaksei Zudzin
Akbar Karimi vs Ashati
Denis Puric vs Byatka

P.S.: Para maiores informações sobre o MAS Fight, favor entrar em contato com o “matchmaker” do evento Sasan Ghosairi – através do e-mail : saroboxing@gmail.com

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 6/11/2018
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Foto acima : O chinês seguirá com a sua carreira no Kickboxing para tentar reerguer o “Shaolin First” ( Cortesia : MAS Fight media ).

Abaixo : O ‘flyer’ de divulgação do MAS Fight que será realizado no dia 10 de novembro, em Macau, na China  ( Cortesia : Divulgação ).


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Floyd Mayweather Jr. vs Tenshin Nasukawa no RIZIN 14 na véspera de ano novo



Aqui está uma ótima chance para o MMA do Japão retornar aos seus “tempos áureos”.
Foi anunciado em uma conferência de imprensa no Japão que Floyd Mayweather Jr. assinou um contrato com o Rizin Fighting Federation para lutar contra o ‘super star’  do MMA e kickboxing, Tenshin Nasukawa, no evento da véspera de ano novo em Saitama.
Este evento conseguirá grandes números, sem dúvida e poderá gerar também um aumento enorme na popularidade dos shows de lutas da terra do Sol Nascente.
Inclusive, muitos fãs ao redor do mundo já estão se programando para “voar” para o Japão com o único intuito de prestigiar o show de ‘réveillon’ do Rizin FF “ao vivo”.

Floyd Mayweather Jr. é um dos melhores pugilistas de todos os tempos, registrando um recorde de 50-0 em sua carreira profissional.
O invicto lutador de 41 anos, já conquistou títulos mundiais de boxe em cinco diferentes categorias de peso e disputados pelas organizações WBO, WBA e WBC, para citar algumas.
O lutador também já venceu atletas do calibre de Ricky Hatton, Shane Mosley, Miguel Cotto, Marcos Maidana e Andre Berto, além de acumular vitórias em alguns dos eventos televisionados pelo sistema de pay-per-view que estão entre os mais bem sucedidos financeiramente de todos os tempos, como nas lutas contra Oscar De La Hoya, Canelo Alvarez, Manny Pacquiao e, mais recentemente, diante do astro do UFC Conor McGregor, naquela que foi a sua última luta ainda em 2017 e que lhe rendeu perto de US $ 300 milhões.

-“Eu quero continuar a construir meu relacionamento com a Money Team Tokyo”,-  disse Mayweather.

-“Eu quero continuar vindo aqui e trazer outros lutadores para que minha empresa possa continuar crescendo e o Rizin possa continuar a crescer. Eu adoraria continuar a trabalhar com o Rizin, porque o Rizin é uma empresa inacreditável, e quanto à minha empresa, nós estamos fazendo algumas grandes lutas nos EUA, mas estamos ansiosos para fazer crescer o ‘banner’ da Mayweather Promotions e o ‘banner’ da TMT em todo o mundo. E se for preciso trabalhar com um cara legal como esse ( Nobuyuki Sakakibara ), não há problema.”-Complementou ‘Money’( como também é apelidado o lutador ).

Seu adversário, Tenshin Nasukawa ( 4-0 no MMA e 27-0 no Kickboxing ) tornou-se um dos lutadores mais populares no Japão, e talvez o melhor prospecto dos esportes de combate que o país já viu. Entre as lutas de MMA e kickboxing, Tenshin já lutou mais de trinta vezes, apesar de ter feito 20 anos há pouco mais de dois meses. Atual campeão do RISE ( evento parceiro do Rizin ), Tenshin começou a fazer um nome para si mesmo com vitórias sobre Amnat Ruenroeng e Wanchalong PK Saenchai na promoção originária da Tailândia e denominada KNOCK OUT.

Desde estas vitórias, Nasukawa se tornou uma grande estrela sob o estandarte Rizin. Ele obteve quatro vitórias empolgantes no MMA e derrotou vários lutadores para ser coroado campeão do Torneio RIZIN KICK 2017, e mais recentemente superou o astro Kyoji Horiguchi na maior luta que a Saitama Super Arena já viu, segundo a mídia especializada japonesa.
Tenshin terá uma revanche com Taiki Naito no RISE 129 no final deste mês.

Mayweather, por sua vez, nunca lutou profissionalmente no MMA e as regras da sua luta com Nasukawa ainda não foram definidas, como bem disse Ariel Helwani, da ESPN.
Já segundo o consagrado fotografo japonês Susumu Nagao a luta será realizada em uma regra de boxe.
Por outro lado, Nobuyuki Sakakibara ( presidente do Rizin ) declarou que essa não será uma luta de boxe e sim uma luta com regras especiais.

Dessa forma, ainda não se sabe se essa será uma luta híbrida entre boxe e kickboxing ou mesmo luta híbrida entre kickboxing e MMA tão à gosto dos japoneses, como a luta realizada entre Bob Sapp e Jérôme Le Banner, em 2004.
Outra possibilidade é que essa poderá ser a tão aguardada estreia de de Floyd no MMA sob as regras profissionais unificadas, como o mesmo divulgou em janeiro desse ano, inclusive postando vídeos em suas redes sociais com parte de sua sua preparação dentro do octógono.

Dependendo das regras, esta poderia ser uma luta difícil para Mayweather, mas independente disso, o mais importante é a determinação do pugilista em trabalhar para que o MMA japonês recupere o ‘status’ que já teve um dia.

Fique atento às notícias futuras sobre as regras desse confronto, bem como sobre os outros duelos que irão compor o ‘card’ do Rizin 14.

O RIZIN 14 está programado para o dia 31 de dezembro de 2018, na famosa Saitama Super Arena em Saitama, no Japão.

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 5/11/2018
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Foto acima : Os fãs estão esperançosos que a luta programada para o próximo dia 31 de dezembro possa “reaquecer” o MMA no Japão como na época do extinto Pride FC ( Cortesia : Susumu Nagao ).

Abaixo : O ‘flyer’ de divulgação da luta entre Floyd Mayweather Jr. vs Tenshin Nasukawa  no RIZIN 14 ( Cortesia : Divulgação ).


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Três novos campões no DEEP 86 Impact MMA : Takeda, Motoya e Yamasu



O DEEP 86 Impact incluiu três disputas de títulos em seu show de 27 de Outubro. Koji Takeda reivindicou brutalmente o cinturão dos leves, Yuki Motoya apresentou uma bela e impressionante vitória em sua luta pelo título dos galos, e Satoshi Yamasu mostrou o desempenho de sua vida para se tornar o novo campeão dos penas.

No ‘main event’( evento principal ), o campeão Satoru Kitaoka enfrentou o invicto Koji Takeda. Embora os dois lutadores sejam exímios  ‘grapplers’, eles acabaram por deixar a luta no solo de lado e proporcionaram uma “guerra sangrenta”, com direito à um verdadeiro festival de chutes e socos violentos e desleixados. Após levar desvantagem, Kitaoka até que tentou trazer a luta para o chão, já próximo ao final do confronto, mas foi barrado de uma maneira brutal, se tornando um “saco de pancadas” de Takeda. Seu rosto já estava avariado no último “soar do gongo”. Não foi uma estratégia bonita de se ver, mas Koji manteve a luta em pé, onde ele sabia que Kitaoka tinha um jogo inferior ao seu, e foi capaz de roubar o título dos leves após um longo e dominante reinado do ‘grappler’.

Yuki Motoya é um incrível ‘striker’ - ( ou “trocador” - termos usados para designar os lutadores que lutam com socos e chutes em pé ). Ele é completo em todos os aspectos de combinações, utilizando o “jab”, fechando a guarda com chutes e movimentando a cabeça. Makoto Kamaya aceitou a luta e para seu crédito, ele foi capaz de marcar as combinações do seu adversário. Com o passar dos rounds, Motoya sobrepujou Kamaya e ficou com o título do peso-galo do DEEP.

Satoshi Yamasu mostrou a melhor performance de sua vida diante do campeão peso pena Takahiro Ashida. Yamasu inteligentemente atacou Ashida no início da luta, e acertou joelhadas em seu rosto, além de um chute em seu adversário quando este estava no chão, do qual Ashida não se recuperou totalmente. No segundo round, Yamasu movimentou-se para trás e em torno de Ashida. Isso serviu ao seu propósito e deixou o campeão irritado, e ele atacou violentamente. Foi então que Ashida jogou Yamasu no chão, mas Yamasu capitalizou a situação ao controlar o lutador do BRAVE Gym. Ashida ainda voltou para o terceiro round, mas Yamasu simplesmente trabalhou com tudo o que ele tinha, e isso lhe rendeu o cinturão da categoria pluma.

Seigo Mizuguchi voltou após quatro anos de aposentadoria para enfrentar Ryo Sakai, que lutou inteligentemente para garantir a vitória por decisão.

Yuta Watanabe dominava Koji Shikuwa, mas ele não conseguiu finalizá-lo. Shikuwa foi lento em seus socos, não conseguiu defender as entradas de quedas, e Watanabe aproveitou todas as vantagens, conseguindo a vitória por decisão.

Makoto Takahashi simplesmente superou Haruki Nakayama a caminho de uma vitória por decisão. Nakayama não foi um adversário fácil, ele conseguiu escapar de algumas tentativas de  estrangulamentos. Takahashi teve um bom desempenho, digno de um prospecto da equipe Paraestra : ele tem apenas 18 anos.

Taito Kubota estava tomando o controle do ‘cage’, controlando as quedas e mantendo Yuki Ohara no chão. Mas levou apenas um soco, e Ohara conseguiu o golpe perfeito - derrubou Kubota na posição sentado - então ele o socou mais uma vez para acabar vencendo por KO.

Kosuke “Rambo” Suzuki parecia completamente dominado por Yasutaka Ishigami. Mas no segundo round, “Rambo” encontrou uma oportunidade e levou-o à bater, finalizado com uma guilhotina.

Juri Ohara e Yukinori Okamura basicamente “ofuscaram” os pontos fortes um do outro. A defesa de Ohara estava forte, e Okamura impediu Ohara de definir a luta com a “trocação”. E, portanto, dois dos juízes deram um empate à performance de ambos.

Hiroyuki Kobayashi e Kazuhide Shirota bateram um no outro por dois rounds completos, o que proporcionou olhos inchados à ambos pelo esforço - e a maioria dos mesários optou pelo empate.

Ryuji Takashio derrubou Koya Kanda com um forte soco. Kanda ainda tentou revidar, mas Takashio seguiu com mais socos e conseguiu um rápido TKO.

Shinobu Wakui passou por Makoto Kawawa com repetidos chutes em dois rounds inteiros, o que lhe garantiu a vitória por decisão unânime.

Confira abaixo os resultados completos do DEEP 86 Impact :

DEEP 86 Impact
27 de outubro de 2016
Ota City General Gymnasium, Ota,
Tóquio, Japão

# 16 Campeonato dos leves
Koji Takeda derrotou Satoru Kitaoka por decisão unânime

# 15 Campeonato dos galos ( Bantamweight )
Yuki Motoya derrotou Makoto Kamaya por Submissão, RNC, R3

# 14 Campeonato dos penas #
Satoshi Yamasu derrotou Takahiro Ashida por decisão

# 13 Challenger 
Ryo Sakai derrotou Seigo Mizuguchi por decisão unânime

# 12 Welterweight
Yuta Watanabe derrotou Koji Shikuwa por decisão unânime

# 11 Bantamweight
Koichi Ishizuka derrotou Fuhito Hasegawa por decisão unânime

# 10 Flyweight
Makoto Takahashi  derrotou Haruki Nakayama por Decisão Unânime

# 9 Pena
Yuki Ohara derrotou Taito Kubota por KO, R2

# 8 Flyweight
Kosuke Suzuki derrotou Yasutaka Ishigami por finalização, guilhotina R2

# 7 Leve
Juri Ohara vs Yukinori Okamura ( empate por decisão majoritária )

# 6 Bantamweight
Hiroyuki Kobayashi vs Kazuhide Shirota ( empate por decisão majoritária )

# 5 Peso Pluma
Ryuji Takashio derrotou Koya Kanda por TKO, R1

# 4 Welterweight
Shinobu Wakui derrotou Makoto Kawawa por decisão unânime

# 3 Leve
Shintaro Agatsuma derrotou Kuma Goroshi Narita por decisão unânime

# 2 Welterweight
Ibuki Shimada derrotou Kazuya Tanaka por TKO, R1 2:50

# 1
Takafumi Machida derrotou Takahiro Kato por finalização, mata-leão, R1 4:36

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 1/11/2018
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Foto acima : O invicto Koji Takeda passou por Satoru Kitaoka em luta sangrenta para se tornar o novo campeão dos leves do DEEP ( Cortesia : DEEP Impact Media ).

Abaixo : Satoshi Yamasu, o novo campeão dos penas do DEEP Impact ( Cortesia : Divulgação ).