Anos atrás cheguei à ser criticado pelo assessor de um parlamentar por ser “um jornalista que sente a necessidade de estar sempre falando sobre política” em meus artigos e matérias.
Ora, não sou um ignorante do tema e sei da importância dos legisladores, além de já ter sentido na pele as conseqüências de atos políticos desastrosos em formas de projetos de leis que abrangiam não somente o nosso, mas também outros esportes.
A ‘proibição muçulmana’ é um bom exemplo de como a legislação pode interferir na rotina dos atletas e até mesmo nos espetáculos que estamos acostumados à assistir.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva proibindo viagens originárias de sete países de maioria muçulmana por 90 dias e suspendendo a admissão de todos os refugiados por 120 dias.
Alguns classificam a mediada como uma abordagem presunçosa contra o terrorismo e a administração Trump já foi criticada por apoiar medidas tão drásticas, que poderiam vir à afetar inadvertidamente alguns dos melhores lutadores de MMA do mundo.
“Estamos conscientes da proibição de viagens federais”, disseram autoridades do UFC ao Las Vegas Review-Journal. “Há inúmeras variáveis, incluindo uma injunção judicial. Estamos monitorando e estaremos empenhados afirmativamente para garantir que nossos lutadores e funcionários sejam capazes de competir e fazer o seu trabalho “.
A primeira vítima do controverso veto à concessão de vistos de entrada nos EUA pode ser o lutador Gegard Mousasi. Ele nasceu no Irã, ( é de ascendência armênia ), mas radicado na Holanda.
– Eu tenho nacionalidade holandesa, mas também tenho um visto. Mas mesmo com o visto você está em apuros, ouvi dizer. Vou ouvir mais sobre isso esta semana. Os advogados do UFC estão ocupados, e as pessoas que arrumam os vistos também estão. Então, não está nas minhas mãos. Meu trabalho é me preparar e estar pronto para o jogo. Só é importuno – declarou Mousasi em entrevista ao veículo holandês “Telesport”.
É bom lembrar que cada caso é um caso, e assim como existem ‘muçulmanos’ e ‘muçulmanos’ também existem alguns outros lutadores do UFC que são adeptos da religião islâmica. Belal Muhammad, Khabib Nurmagomedov, Mairbek Taisumov, Ruslan Magomedov, Rashid Magomedov, entre outros, também são muçulmanos, apesar de que alguns deles nasceram na Rússia e demais países do leste Europeu, não afetados pelo veto.
Trump, o 45.º presidente dos Estados Unidos, já informou querer restringir a entrada de muçulmanos em seu país, em nome da “segurança”.
Não custa lembrar ainda que Dana White, presidente do UFC, é amigo de Donald Trump desde bem antes da candidatura do bilionário e o apoiou categoricamente desde o lançamento de sua campanha. Dana é conhecido por defender os seus negócios e interesses com “unhas e dentes”.
Gegard Mousasi, também conhecido como “The Dreamcatcher”, está escalado para enfrentar Chris Weidman no UFC 210, dia 8 de abril em Buffalo (EUA).
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