quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Artigo : Donald Trump, russos e MMA.
Ao contrário do que indicavam as pesquisas de intenção de votos, o republicano Donald Trump acabou conquistando 276 votos dos delegados do colégio eleitoral, passando por sua adversária Hillary Clinton. Durante a campanha, ambos transformaram o processo político americano em um teatro promocional que algumas vezes chegava a lembrar àquele protagonizado pelos astros do Pro Wrestling. Trump não é um estranho ao Pro Wrestling, uma vez que já se ‘apresentou’ durante o Wrestlemania XXIII em 2007, quando ‘fingiu lutar’ com Vince McMahon, mandatário do WWE (World Wrestling Entertainment).
De fato, as comunidades das artes marciais e esportes de contato em geral conhecem bem Donald Trump; e a ligação deste, com tais esportes é de longa data.
Foi ele quem - décadas atrás - transformou Atlantic City em uma nova ‘Meca’ para o Boxe, ao lado das já consagradas Las Vegas e New York. Com a saída de cena de seus amigos Mike Tyson e Don King, o magnata passou a sentir fascínio por um outro esporte, bem mais selvagem e por vezes, sangrento: o MMA. A modalidade era constantemente classificada pela mídia não - especializada como vulgar, brutal e politicamente incorreto, mas Trump já demonstrava apreciar a brutalidade do esporte que horrorizava os outros.
Ele não questionou em hospedar o Ultimate Fighting Championship (UFC) para várias edições em seu hotel-cassino Trump Taj Mahal em Atlantic City, e ainda ajudou os organizadores da competição na aquisição da Continental Airlines Arena em East Rutherford, também em New Jersey.
Trump já havia enxergado o potencial do novo esporte e posteriormente tornou-se o principal acionista em outra promoção de MMA denominada Affliction e promovida em parceria com uma empresa de vestuário de mesmo nome. Na época, seu filho, Donald Trump Jr. declarou em entrevista à revista Men´s Fitness que seu pai emprestou o nome para o empreendimento e investiu muito dinheiro na empresa. Foi a partir daí que começaram a surgir as histórias da amizade do bilionário com os russos ricos ou proeminentes.
Um dos empreendedores do Affliction era Vadim Finkelchtein, que negociou para que o evento fosse transmitido pelo canal de televisão estatal russo e que também investiu US$1 milhão para abrir lojas Affliction, em Moscou.
Finkelchtein também era presidente da M-1 Global (maior organização de MMA da Rússia) e esteve por diversas ocasiões em conferências de imprensa no Trump Tower ao lado de seu atleta e que acabaria se tornando a maior estrela do Affliction: Fedor Emelianenko, conhecido pela alcunha de ‘o último imperador russo’. Não por acaso, Fedor é - ainda hoje - amigo pessoal do presidente da Rússia, Vladimir Putin, outro fã ardoroso e grande incentivador do MMA. Trump chegou a anunciar que realizaria um reality show de MMA naquele país.
O fato foi utilizado pela Democrata Hillary Clinton durante a sua campanha para atacar Trump como parte dos ‘interesses empresariais não revelados’ de seu adversário na Rússia. Os partidários da ex-secretária de Estado e ex-senadora chegaram até mesmo a afirmar que ‘a mão do Kremlin estava no centro da campanha de Trump’.
Somou-se à isso a mística de que foi Fedor quem havia conectado Trump com Putin, mas é bom lembrar que não há evidências desse encontro e oficialmente, Trump e Putin deverão se reunir pela primeira vez antes da posse do Republicano como presidente dos EUA. A posse do novo presidente se dará dia 20 de Janeiro.
Apesar de todas as polêmicas que o cercaram durante a sua campanha, Donald Trump permanece como um herói no mundo do MMA e reverenciado por seu apoio ao esporte há mais de 15 anos. Inclusive, o salão da fama das artes marciais do estado de New Jersey lista Trump em seu site como um indicado. Ao lado do nome de Trump há uma única palavra: ‘visionário’.
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